Estava sentada num degrau frio de umas escadas de uma qualquer pedra que os meus conhecimentos - e a atenção que lhe dediquei na altura - não permitem identificar e abeira-se de mim a Matilde. Diz-me simplesmente, como se me rogasse para lhe aliviar aqueles minutinhos, "estou nervosa". Ambas fazíamos um compasso de espera para enfrentarmos os nossos desafios. Apresentamo-nos e ali ficamos a alimentar esta vontade/certeza de que tudo iria correr bem.
Quando me preparava para entrar em palco a Matilde disse-me "vou ficar assim" e mostra-me os seus dedos cruzados. Derreto. Quando regresso sou brindada com uma belo sorriso e um "cantas bem!". E naquele instante eu ganhei o dia.
A separar-nos estão quase 40 anos. A unir-nos está esta coisa das emoções.
(é possível que haja quem duvide do poder disto tudo, mas eu não sei como!?! vai Matilde: és a Maior!)