quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Do 2014

2014 chega ao fim e deixa-me um já conhecido amargo de boca: passou demasiado depressa para todas as minhas vontades; não vejo outra solução que não seja acelerar o passo ou acalmar as vontades 😉.

Mas - caramba - vi todos os dias o nosso filho crescer com tudo a que tem direito - arrelias; tropelias; muitas, muitas alegrias; a transpirar doçura por todos os poros -, fiz 40 anos, descobri a meditação, tornei-me dadora de sangue, inscrevi-me como dadora de medula óssea, surpreendi e fui surpreendida... fui feliz! Cuidarei deste caminho!

sábado, 27 de dezembro de 2014

Da "água da língua"

Apanho o João a limpar a boca à manga da camisola e repreendo-o... mas ele tinha uma boa desculpa: "mamã, não te preocupes, é só água da língua"

Dos velhos tempos

Apanho o João, com o ar mais contemplativo deste mundo, a olhar para uma fotografia nossa com ele recém-nascido e pergunto: "gostas dessa fotografia, João?". A resposta surpreende: "sim, é dos meus velhos tempos!"

sábado, 20 de dezembro de 2014

Dos corações partidos

Após uma "zanga", e num momento em que o tentava ignorar, ouço o João a abrir e fechar gavetas e portas. Ignoro. De repente vem ter comigo e pergunta: "sabes onde está a cola de batom?". "Não, João, não sei!", respondo bruscamente e sem fazer qualquer esforço para saber. Estende-me a mão com o recorte à esquerda nesta imagem dizendo: "isto é para ti!"

 
Já com um nó na garganta pergunto-lhe o que é.... e ouço: "é o meu coração partido!".

Claro que apareceu a cola e o João decidiu fazer esta montagem, já certo de que em breve o coração partido se transformaria num "coração normal"!

(eu também estava de coração partido pela "zanga" mas nem sempre o coração pode ser "de manteiga": é importante que não o seja sempre! aproveitei para uma conversa séria e não desarmei completamente, mas reconheço que não é fácil manter firmeza com estas demonstrações tão autênticas.)

domingo, 14 de dezembro de 2014

Dos dias perfeitos

Durante os últimos dias preparei-me afincadamente para representar a personagem que me calhou em sorte para a festa de Natal do infantário do João e que muito me honrou: história apreendida, falas memorizadas, interacção com os personagens testada; sentia ter as coisas controladas. Mas isso era apenas o que eu pensava, porque na realidade os ensaios não contemplavam as actuações dos meninos e cedi à primeira! Antes de cada entrada em palco tinha pois mais uma coisa para controlar: tinha de limpar rapidamente as lágrimas, respirar fundo 10 vezes e, aí sim, seguir caminho. Com a festa a caminhar para o fim aumentava a emoção e o esforço para a controlar, até que o impensável aconteceu: numa parte, particularmente tocante e que rematava a história, em que esperava contracenar com uma estagiária da escola eis que surge em palco o João. Desfiz-me, fugiu-me o chão e só não perdi o Norte porque sabia que os meus guias estavam ali: um perdido algures na plateia e inteiramente cúmplice de tudo isto e outro abraçado a mim igualmente emocionado.

Tudo isto junto, aliado a uma alegre presença do João em palco com o seu grupo e a uma sintonia perfeita de vontades de todos os envolvidos, traduziu-se num dia perfeito!

(e o que eu gosto destes dias!)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Das coisas que se descobrem na hora de adormecer

Que a touca da natação do João tem um furo e que estão decididos - após alguma ponderação - os nomes dos seus filhos: se for menina vai chamar-se Carla Sofia Oliveira da Silva Cardoso e se for menino, Rui Paulo de Castro Lira Cardoso 😉!

(e de repente senti ter o nome mais bonito do mundo!)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Do entusiasmo do pré-feriado

Assim, logo a abrir mal chega a casa: "esta segunda-feira é feriado, podemos ir a França de avião? Não, não é a França, como é que se chama aquele país onde se diz buongiorno?"

Lá lhe dizemos que é Itália..

"Podemos ir a Itália de avião na segunda-feira? Podemos, podemos? Por favooooor..."

(pois... vai-se lá saber onde é que ele se inspira, mas quer muuuuiiito ir fazer a mala!!)

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Do "estreminganço"

Fim de um dia normal: decidimos ir ao café do bairro! João de rodas, nós a pé. Numa parte do percurso o passeio é bastante acidentado e, vai daí, pus o pé em falso... sem cair, é importante para a história. Pergunta automática sem sequer olhar para mim: "estremingaste*?!".

(e testamos o poder das recordações! é forte!)

* "estremingar" - vocábulo raro inexistente no léxico português - tanto quanto eu sei - mas que faz história em VNG, mais propriamente em Avintes! já ri muuuuiiiito à conta dele!