domingo, 22 de março de 2015

Das conversas possíveis entre avó e neto

Hoje, em casa dos meus pais, o João convenceu o pai e o tio a irem jogar futebol; para marcarem as áreas era preciso giz e lá vai o João pedir à avó.

João: avó, tens giz?
Avó: acho que há aí qualquer coisita;
João: Giz!
(oh avó, "qualquer coisita" não serve: eu quero mesmo é giz!)

quinta-feira, 19 de março de 2015

Da felicidade (em jeito de confissão)

Querido João,

Digo muitas vezes - em diferentes cenários e contextos - que sou feliz; sei que corro o risco de ser incompreendida e até mal interpretada, mas para mim é simples e quero que saibas porquê.

Sou feliz porque vivo num país livre e tolerante: imperfeito, será, mas livre e tolerante e com um sol radioso e ventos amenos e com km e km de costa onde os nossos olhos se perdem; sou feliz porque respeito e sou respeitada; sou feliz porque vejo e sinto para além do meu umbigo; sou feliz porque amo e sou amada; sou feliz porque existes; sou feliz no aconchego do nosso lar!

Sou feliz talvez, também, porque o procure e porque me basta esta felicidade! 

Se um dia puderes, aceita esta felicidade: assim, só, simples, livre! Estarei a ver-te feliz!

Um beijinho,
Da mãe

(um destes dias perguntaste-me: "mamã, porque é que costumas estar sempre a rir e agora estás triste?" aproveito para te explicar: a tristeza também cabe dentro da felicidade; cabe dentro desta minha felicidade! e também te digo que acredito que "a vida é como os interruptores: ora para cima, ora para baixo"... no teu futuro esta expressão talvez não tenha o enquadramento que lhe damos hoje: farei com que tenha mas se por acaso me esquecer faz uma pesquisa por aí... pelos "Google" da tua vida!)

quarta-feira, 18 de março de 2015

Desta coisa das voltas ao sol

A propósito destas coisas das voltas ao sol - e porque acabei de completar mais uma - ouvi dizer: "o que é preciso é mais um ano com saúde e o resto é cantiga!". No meio da conversa fui levada a concordar ("é isso mesmo", digo a dada altura). Pára tudo! é que não é nada "isso mesmo": o "RESTO" é - tão somente - a VIDA!

(há que encher os nossos dias - todos - de emoções e de sentido!)

domingo, 1 de março de 2015

Das confusões da mãe

Íamos no carro a falar sobre "idades" e diz o João de repente: "mãe, tu vais fazer 41 anos!". Concordei, claro, ainda por cima falta pouco... e continua ele: "o que é que sentes?".

Pára tudo: vou mesmo ter esta conversa, elevada, aos 5 anos do meu filho? Será que isto é porque já lhe caiu um dente? A resposta às minhas inquietações não tardou: mal começo a explicar que me sinto bem e que não me importo de ter 41 anos sou interrompida "não, mãe, o que é que sentes nas costas?".

Resumindo: ia sentado no banco atrás de mim e estava a empurrar-me o banco com as pernas! Afinal era só isto!

(daaaaahhh!)