sexta-feira, 30 de março de 2018

Do ser criança

Hoje em dia acredita-se que aos 8 anos já não se pode ser criança. Esperam-se atitudes - sempre - muito responsáveis. Pede-se maturidade. Não se aceitam brincadeiras. Exige-se concentração, concentração, concentração, trabalho, trabalho, trabalho...

(pior: aceita-se que uma criança minta; forje situações; ludibrie pais, amigos e professores; magoe deliberadamente os colegas... sim, talvez estes sejam, infelizmente, sinais da 'maturidade' dos nossos tempos!)

A pressão é muita: "é muito criança!", "é muito imaturo!", "é muito infantil!"... Quase me apanharam nesta! Mas afinal, se não formos crianças aos 8 anos, quando é que vamos ser?! Aos 40, quando puxamos do nosso lado mais poético e enaltecermos a criança que há dentro de nós?! Não. A criança que fomos só permanecerá em nós se lá tiver vivido coooonfooortaaavelmente!

(deixem as crianças viver a sua meninice!)

sábado, 3 de março de 2018

De um certo sentido que se encontra na espuma dos dias

Há muito para escrever. Na minha cabeça ligo o norte ao sul, ligo o A ao Z e ligo um qualquer início a todos os infinitos, como se, numa ou em várias teias, tudo se entrelaçasse e tudo fizesse um sentido único e certo do porquê das coisas.

Porque observo ciclos a fecharem-se com chave de ouro, só porque sim. Só porque (ainda) acredito na natureza Humana que recebe e dá na directa medida do compasso do seu coração. E também porque vejo - vejo mesmo - pessoas que em tempos precisaram e foram apoiadas, a apoiar outros quando estes precisam. E se isto não reforça a minha fé na bondade, então não sei o que o fará.

Porque observo caminhos a começar num sentido que desejo e que no qual sempre apostei. Porque acredito nessa tal bondade e num estado permanente de altruísmo que dá sentido à nossa existência.

Porque tenho falado muito com quem já não me consegue responder directamente e por isso procuro todas as respostas nas entrelinhas da vida. Tenho encontrado muitas.

Isto entendo. Nisto acredito.

(quando me chegam ecos e imagens que evidenciam uma desumanidade que não cabe neste sentido da vida, as certezas ficam abaladas. Em risco de ruir. Mas isso não entendo. Nisso não acredito e não deixo que vença.)