quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Do "quê"

Nos seus 5 anos de vida o João já viveu 6 férias "grandes" (?!?! who says  that?), 4 das quais em parques de campismo. Se das primeiras, em parque de campismo, não se lembra, e das duas seguintes, que não em parque de campismo, também não, das 3 últimas não só se lembra como teve voto na escolha. A mim não me custa nada perceber o que é que o move nesta escolha mas, apesar disso, observei bastante durante este dias que por lá estivemos para ir mais fundo nesta questão:
será que há mística por aqui? que "quê" é este?
E a resposta tive-a em 3 momentos bem diferentes: quando na piscina vi um jogo acontecer - e equipas e diversão funcionarem - superior a conhecimentos prévios, raça, credos, língua, extracto social ou qualquer outro rótulo; quando vi crianças, entre as quais o João, entenderem-se - e partilharem generosamente - em "conversas de surdos" (e aqui emocionei-me, confesso); e quando na quietude da pouco mais que madrugada, enquanto percorrida o parque, me apercebi da autenticidade das "gentes".

Acho que é isto. É esta a mística. É este o "quê"!

(o resto todos sabem: natureza, passarinhos, grilinhos, calma, salão de jogos, parque infantil, piscina, campo de jogos e animação q.b.!)

Dos sorrisos com covinhas (e da felicidade)

Hoje à tarde troquei umas impressões com o João sobre "felicidade". Das nossas reflexões, e das reacções do João em particular, retirei, para mim própria, mais uma expressão de felicidade plena (e disto estou certa): as covinhas do João que se marcam em sorrisos e risos francos!

Graças ao seu sentido de responsabilidade o João conquistou, nestas férias, o direito a abrir sozinho a janela do carro, direito que exerceu numa pequena voltinha que demos depois do jantar; mal sentiu o fresquinho disse-me: "mamã, olha para o meu sorriso!".

(e é claro que ele percebeu tudo a propósito da nossa conversa sobre a felicidade!)

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Do crescimento

Quando regressamos ao mesmo cenário são inevitáveis as comparações: "arre burro", como ele cresceu num só ano! É, quase assustadoramente, diria eu, flagrante: nas atitudes, nas perguntas que faz e nas respostas que dá! Para o bem, e para o mal!

(e tantas vezes me tenho lembrado daquela coisa do fim da inocência. a ilustrar ficam dois episódio recentes que me deixam na dúvida: rio ou choro?

episódio 1
isto não mudou: o João adia até ao limite a perda de tempo que é fazer xixi. num desses episódios, em que debatíamos vontades, respondeu-me educadamente, mas "à letra":
mamã: João, tu precisas de fazer xixi, pensas que eu não te conheço?
João: mãe, acho que me conheces, mas eu não preciso de fazer xixi!
(é claro que precisava!)

episódio 2
lembro-me bem de quando uma "não acção" da minha parte servia para o João ficar um bocadinho a pensar no que teria feito; e resultava! a última vez que ensaiei o método ouvi uma nada educada resposta: "mamã, uu-uu, estás a dormir ou quê? parece que estou a falar chinês!)"

ai, ai! por agora rio!)

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Dos (quase) segredos

5 anos! De repente as vivências passam a ser mais conscientes e o tom usado na partilha passa a ser mais confidente: não passam de situações caricatas - aos nossos olhos - mas são os "pequenos dramas" de uma cabecinha de 5 anos e eu respeito-os, integralmente, acalentando a esperança de conseguir ajudar a resolvê-los.

Tudo isto para dizer o quê? De repente, escrever sobre os "segredos" que o João partilha comigo começa a soar-me a inconfidência e eu sempre fui - e continuo a ser - uma boa confidente!

(para que o tempo não apague estas histórias e para evitar que a memória nos atraiçoe, vou registá-las no recato do caderno de capas cinzentas que tenho para ti, João: procura-as lá!)

p.s. tinha acabado de escrever estas linhas e diz-me o João: "mamã, sabes o que é que a S. (uma amiguinha) me disse hoje? disse-me uma coisa tão disparatada! [...]"; toda eu rio por dentro ao mesmo tempo que o abraço!

Carpe diem (e uma inspiração!)


"... podemos saltar para cima de mesas bem envernizadas e rasgar relatórios carregadinhos de gráficos que não dizem coisa nenhuma e legendas com palavras em inglês, podemos ser aquele que, no meio das más notícias, consegue ver uma nesga de coisa sem sentido e contagiar de riso os restantes e isso não fazer mal, o riso nunca faz mal nem nos diminui.", do, inspirado, Pipoco mais Salgado

Ora cá está algo em que acredito e que pratico!

domingo, 3 de agosto de 2014

Das fadas

Mesmo quando nada o faz prever a conversa pode tornar-se muito profunda.
João: Pai, as fadas existem?
Pai: não, João, as fadas não existem: são uma fantasia.
João: mas, Pai, olha que eu já vi no filme da Rapunzel!
Pai: é isso, João, existem nos filmes, nas histórias e nos desenhos animados.
João (já com sorriso matreiro): então o que é que nós fazemos quando nos caem os dentes? Atiramos para o lixo, por acaso?
Pai (já enquadrado quanto à pergunta inicial): não, João, por acaso não atiramos para o lixo: temos de pôr debaixo da almofada e, se calhar, com muita imaginação e fantasia, aparece mesmo a fada dos dentinhos!
(e estas "dúvidas", colocadas à laia de provocação, são do melhor de se ser criança! a parte do fantasiar e do sonhar - essa - terá de permanecer na criança que há em cada um de nós!)

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Da "capoeira"

Como em tantas outras coisas, também nesta o João estranhou antes de deixar entranhar!

(e isso explica o facto de o "paranauê, paranauê, paraná" estar agora em modo repeat non stop cá por casa e de, entretanto, já ter exemplificado muito do que descobriu hoje! é assim o nosso rapaz!)

Do Julho de 2014

E Julho chega ao fim!

Este mês - deste ano, precisamente - foi um mês grande para os meus pais: completaram 50 anos de casados... lá pelo meio! Bodas de ouro, é verdade!

Partilho aqui, com a mesma emoção com que as escrevi, algumas palavras que marcaram este acontecimento.
«... Assinalamos o papel de cada um de vocês como namorado e cuidador do outro: foi assim durante os 50 anos que passaram e assim desejamos que continue a ser!

Depois de tantas urgências e obrigações que sentiram pela vida fora, chegam - saudável e felizmente - a uma fase da vossa vida em que tudo pode esperar: o mundo pode esperar!
...
E porque já tudo o resto pode esperar - o mundo pode esperar - permitam-se agora a calma e a felicidade dos dias e do privilégio de continuarem juntos!»