quinta-feira, 19 de março de 2015

Da felicidade (em jeito de confissão)

Querido João,

Digo muitas vezes - em diferentes cenários e contextos - que sou feliz; sei que corro o risco de ser incompreendida e até mal interpretada, mas para mim é simples e quero que saibas porquê.

Sou feliz porque vivo num país livre e tolerante: imperfeito, será, mas livre e tolerante e com um sol radioso e ventos amenos e com km e km de costa onde os nossos olhos se perdem; sou feliz porque respeito e sou respeitada; sou feliz porque vejo e sinto para além do meu umbigo; sou feliz porque amo e sou amada; sou feliz porque existes; sou feliz no aconchego do nosso lar!

Sou feliz talvez, também, porque o procure e porque me basta esta felicidade! 

Se um dia puderes, aceita esta felicidade: assim, só, simples, livre! Estarei a ver-te feliz!

Um beijinho,
Da mãe

(um destes dias perguntaste-me: "mamã, porque é que costumas estar sempre a rir e agora estás triste?" aproveito para te explicar: a tristeza também cabe dentro da felicidade; cabe dentro desta minha felicidade! e também te digo que acredito que "a vida é como os interruptores: ora para cima, ora para baixo"... no teu futuro esta expressão talvez não tenha o enquadramento que lhe damos hoje: farei com que tenha mas se por acaso me esquecer faz uma pesquisa por aí... pelos "Google" da tua vida!)