quarta-feira, 26 de março de 2014

Das histórias que queremos guardar

O João tem andado imparável (e eu sem capacidade de ir acompanhando por aqui as histórias que vamos vivendo): vou tentar recuperar as duas últimas peripécias de que me recordo.

Na segunda-feira mal o fui buscar à escola - e ainda no carro - falava-me de um projecto muito importante, que tinha de fazer com o Pai mal chegasse a casa, e relatava-me a lista de materiais que iriam ser necessários: "sabes, mamã, é um projecto muito importante (para ele, se é "projecto" é sempre muito importante); vamos precisar de madeiras, cola forte, martelo, pregos,... uma égua, ...". E aqui começa o porquê da história; pergunto-lhe, já a suspeitar da resposta dado o enquadramento: "João, o que é uma "égua"?" "é aquela coisa de fazer riscos!", responde-me quase zangado por eu não saber o que é uma égua!

(é que se estava mesmo a ver o que era!)

Ontem à noite, já prestes a ir para a cama, queria - porque queria - um chocolate! Como recusei, começou o diálogo quase de surdos:
João: mas porque é que eu não posso comer chocolate?;
mamã: não podes porque já é tarde e até já lavaste os dentinhos!;
João: estou muito triste contigo! se não me dás, eu não quero história e não vou para a cama!;
mamã: (silencio);
João (passado um bom bocado): está bem, eu vou para a cama mas fico aqui neste cantinho; não quero ficar ao pé de ti porque estou muito triste contigo! Pode contar-me "O galo gordo"?;
mamã:  sim, claro!
João: mamã, se tu me pedires eu vou para o pé de ti!
mamã: eu quero muito, João! Vens?
João: oooohhhhh... está beeeeemmm!
(a minha teoria do silêncio tem dado evidentes resultados! faltou dizer que imediatamente antes desta história, meti um quadradinho de chocolate na boca... e que o João viu! mas isso sou eu e eu posso!) 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.